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segunda-feira, 11 de maio de 2009

Gente como a gente!

O post a seguir é baseado no artigo Gente como a Gente (Kanitz, 2004).


Kanitz no artigo Gente como a Gente expõe sobre a problemática do convívio social entre pessoas com o advento da urbanização em massa nos grandes centros urbanos. Segundo Kanitz, em um longo período da história a maior parte da população vivia em pequenas cidades ou vilas de 1.000 habitantes e, algumas com no máximo 10.000 habitantes. As pessoas nestas cidades conheciam-se por nome e sobrenome e para se ter amigos, devido ao reduzido número de pessoas na mesma faixa etária, era necessário aprender desde cedo a conviver com as naturais diferenças de opinião.
O que antes não passavam de 200 pessoas na mesma faixa etária, hoje em dia, nas cidades de médio e grande porte, por exemplo Porto Alegre, tem-se aproximadamente 100.000 pessoas na mesma faixa etária e conhecer esse bocado de gente é algo impensável. As pessoas passaram a fazer, então, o que antes não era possível: selecionar os seus amigos.

“ Ao contrário de antigamente, podemos agora criar um seleto grupo de amigos iguais a nós, gente como a gente. Pessoas com os mesmos interesses, com as mesmas manias, que pensam politicamente do mesmo jeito, que têm os mesmos gostos e opiniões.

Se seu vizinho é um chato ou tem opiniões contrárias, você agora pode simplesmente ignorá-lo, e se deslocar de automóvel até o outro lado da cidade para encontrar um amigo. Gente chata nunca mais. Virtudes como tolerância, respeito, curiosidade intelectual, não são mais sequer discutidas, muito menos veneradas.

Com a Internet, a situação piorou, e muito. Agora existem sites que permitem que descubramos gente como a gente do outro lado do mundo, através de comunidades virtuais...”

As comunidades virtuais são uma realidade, mas se não tomarmos o cuidado e tentarmos reverter a tendência, viraremos apenas um bando de narcisistas diante de um grande espelho. Não se prega uma volta ao passado, ou o fim das comunidades virtuais, pois conhecer gente como a gente é algo de fato prazeroso, mas é necessário um pequeno esforço para se conhecer novamente os nossos vizinhos, mesmo os chatos, os de opiniões diferentes, que curtem músicas que não gostamos e assim por diante.
Se dermos chances aos nossos vizinhos, poderemos descobrir que no fundo ele pode ter coisas interessantes a dizer e diferentes das quais estamos habituados a ouvir. E poderemos descobrir que há uma virtude em ser tolerante, compreensivo e aberto a novas idéias, pois todo “chato” pode ter algo interessante a dizer.
“ Se cada um de nós fincar na sua trincheira, criando batalhões de amigos que pensam iguaizinhos a nós, iremos numa rota perigosa para o futuro”.

Fugindo um pouco do exemplo das comunidades virtuais, referido por Kanitz, com o fenômeno da urbanização passamos a ter oportunidade de conhecer inúmeras pessoas através dos colégios, faculdades, academias, empregos, etc., e devido a esse grande número de pessoas que passamos a conhecer em curtos períodos de tempo, passamos a selecionar os amigos de tal forma que o mínimo senão já é suficiente para excluirmos alguém do nosso convívio. A conseqüência disso são as amizades passageiras. Há pouco tempo atrás tínhamos os melhores amigos de nossas vidas. Hoje em dia temos os melhores amigos da última semana, do último emprego, do último semestre da faculdade, da academia, etc., amizades não tão “verdadeiras” quanto aquelas que eram mais duradouras.

Precisamos aprender a conviver com esta multidão de pessoas e suas naturais diferenças, praticando a tolerância, compreensão, e aceitação de gente não tão parecida com a gente. Isto tornará mais sólidas as relações sociais e deixará o mundo bem melhor; pode apostar!

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