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sexta-feira, 17 de abril de 2009

Solidariedade ou indiferença? (Relato da perseguição a um bandido!)

Hoje após pegar minha filhota na creche, lá por volta das 19 horas, avistei uma moça sendo assaltada por um indivíduo numa rua de Porto Alegre. Nesse horário já está ficando escuro, pois já é outono. A rua não é desabitada, é uma rua normal, com relativo movimento. Ao avistar o acontecimento persegui o indivíduo por alguns metros de carro gritando pela janela na esperança que alguém o pegasse. Um outro sujeito a pé fazia o mesmo . Mas ninguém o parou.

Eu estava perseguindo o bandido, logo atrás dele e , em um dado momento, tive a impressão de ter visto pelo canto do olho um objeto arremessado pelo lado direito do carro. Concentrado na perseguição ao bandido, resolvi prosseguir. Logo adiante o bandido sai da rua que eu o perseguia e toma uma travessa de acesso exclusivo de pedestres. O local é muito próximo à minha residência e, como conheço bem os arredores, supus qual o caminho que o bandido iria fazer.

Passo defronte a minha residência e quase nem a percebo tamanha a vontade de capturar o bandido. Vou até o final da rua e dobro na primeira esquina supondo encontrar o bandido logo adiante. E foi exatemente isso que aconteceu. O bandido cruzou a frente do meu carro . Nesse instante, sinceramente, me bateu uma vontade de atropelá-lo pois sou um cidadão indignado contra a bandidagem. Por sorte não o fiz. Se o fizesse, teria certamente um bom incômodo com os Direitos Humanos caso o bandido viesse a morrer. Provavelmente eu enfrentaria um processo penal.

Deixei o bandido atravessar a rua na minha frente, mas não desisti de pegá-lo. Me dirigi a um posto da Brigada Militar que fica a três quadras da rua onde o bandido havia tomado. Encostei meu carro rapidamente ao lado do posto e, sem perder tempo, relatei por uma pequena janela o ocorrido ao primeiro policial que avistei. Pedi a ele que alguém fosse atrás do bandido e informei a rua que o bandido havia tomado.

O policial disse-me que eles já haviam sido informados do acontecimento e que já estavam indo. Ele disse isso com uma calma exagerada. Diante da minha agitação e da vontade de ver o bandido preso, achei a atitude estranha. Fiquei desconfiado supondo que ninguém iria atrás do bandido.

Dei uma volta na quadra em torno do posto policial para conferir a atitude dos policiais militares . Percebi que dois deles entraram em uma viatura mas eles estavam muito calmos e a viatura demorou alguns instantes para sair do local. Resolvi encostar ao lado da viatura e indaguei se os policiais iriam atrás do bandido. Me informaram que estavam indo. Eu tomei a frente e os policiais me seguiram. Mais adiante então informei as características do bandido e indiquei a rua que o mesmo havia tomado. Em seguida fui embora para casa. Antes de entrar em minha residência resolvi ir de carro até a esquina da minha rua - onde a moça havia sido assaltada - para conferir se a mesma estava por ali . Como não vi sinal algum da moça, fui para casa.

Ao estacionar o carro em minha casa fui dar uma conferida se não havia a marca de algum arranhão ou sinal de impacto no capô do carro. Infelizmente a marca estava lá. É óbvio que um objeto realmente pegou no carro. Como não vi ninguém jogá-lo, achei esquisito - se bem que minha atenção estava totalmente voltada para o lado esquerdo da rua e, o objeto fora lançado, provavelmente, pelo lado direito da rua por alguém que eu nem percebi.

Resolvi dar uma conferida na rua para confirmar o lançamento do objeto e o mesmo realmente estava lá. Era um objeto de porcelana exatamente na cor que eu tinha percebido. Conclui que talvez houvesse alguém , pelo lado direito da rua, dando cobertura para o bandido sem que eu tivesse percebido.

Voltei para casa e resolvi ligar para o posto da Brigada Militar para conferir se os policiais militares haviam pego o bandido. Até aquele momento - uns 15 minutos depois do roubo - a resposta foi negativa. Fiquei muito irritado pois adoraria ver o bandido preso.
Pouco tempo depois do ocorrido, um pouco mais calmo, comecei a refletir sobre o fato. Pensei na hipótese de ter pego o bandido e a moça não registrar ocorrência pois a mesma não estava no local onde fora assaltada. Se isso ocorresse teria sido tudo em vão. E sobraria, para mim, não só um prejuízo material mas uma grande decepção.

Este episódio realmente mexeu comigo. Mesmo que meu caráter seja exatamente este - de se indignar, de tomar atitude - eu , em outra situação semelhante, não sei se faria tudo novamente. Creio que sim, mas sinceramente não sei. A incerteza da atitude a tomar decorre da ciência de que a bandidagem - de pequenos delitos - fica presa somente algumas poucas horas. E logo mais estará à solta novamente em busca de novas vítimas e, arriscar-se, diante desta triste consciência, parece ser uma tolice. Infelizmente a morosidade da justiça, as leis, tudo é favorável a bandidagem e colocam em xeque até mesmo o nosso sentido de solidariedade. Sei que algo precisa ser feito. Numa próxima oportunidade irei expor algumas idéias a respeito!

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